O câncer cerebral que vitimou a jornalista Glória Maria está entre os 10 tipos mais frequentes do Brasil. Ela sofreu metástase no cérebro – quando o câncer se espalha e evolui no organismo – após ter sido diagnosticada com um tumor maligno em 2019. 11 mil novos casos de câncer do cérebro são registrados anualmente no País.
Entenda mais sobre os sintomas e outros aspectos do tumor cerebral que vitimou a jornalista Glória Maria
A comunicadora enfrentou um câncer de pulmão no ano de 2019. Após o diagnóstico, teve metástase cerebral. Este tipo de câncer está entre os dez tipos mais frequentes do Brasil.
Dores de cabeça, assim como convulsões e perda de capacidades neurológicas são, portanto, sintomas apresentados neste tipo de câncer (tumor cerebral). O tratamento de imunoterapia pode apresentar bons resultados.
Neste artigo, você pode entender melhor o caso de sintomas semelhantes, e procurar um especialista, possivelmente, um neurocirurgião.
Sobre o tratamento utilizado
Nos últimos anos, a jornalista Glória Maria passou por uma série de tratamentos devido ao câncer pulmonar descoberto em 2019.
Como tratamento, na época, ela se submeteu a uma imunoterapia, com sucesso. No entanto, o quadro culminou com uma metástase no cérebro. O que originou uma lesão expansiva cerebral, apontada por meio de uma ressonância magnética.
Embora o tumor do cérebro tenha sido retirado, a doença retornou no ano de 2022.
11 mil novos casos de câncer do cérebro são registrados anualmente
Segundo dados divulgados pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) e pela SBCO (Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica), são registrados, anualmente, 11 mil novos casos de câncer cerebral no Brasil.
É o décimo tipo da doença mais comum do país, quando excluídos os cânceres de pele
Do total de pacientes, cerca de 9 mil pessoas no país morrem em decorrência da doença, segundo os órgãos oficiais citados acima. O número corresponde a 84% dos casos registrados. Porém, um tratamento adequado e, de preferência sendo realizado com diagnóstico rápido, correto, preciso, há muitas chances de reversão e também de uma sobrevida maior.
Entenda mais sobre o tumor cerebral
Descrito pelo Inca como um câncer do sistema nervoso central, o tumor cerebral pode ser classificado como primário, quando tem origem nas próprias células cerebrais.
Ou pode ser classificado como secundário, quando surge de metástases a distância, com células tumorais originadas em outros órgãos. Isso é mais comum nas mamas, rins ou pulmões, como foi o caso da jornalista.
Para neurocirurgião da Tracto, casos como o de Glória são frequentes
Segundo o neurocirurgião Afonso H. Dutra de Melo, médico do Corpo clínico do Hospital Albert Einstein e da clínica Tracto Neuro, casos como o de Glória, em que há o câncer primário no pulmão com metástase cerebral, são frequentes. “Caso o câncer cerebral seja primário, alguns fatores, como a exposição à radiação, podem representar risco”.
De acordo com o neurocirurgião da Tracto, os tumores cerebrais primários podem ocorrer de forma esporádica ou relacionados a predisposições genéticas.
Já os tumores secundários ocorrem devido à metástase de um câncer localizado em outra parte do corpo, como neste caso do câncer de mama.
Ela ocorre quando as células que estão causando a formação de cânceres e tumores se descolam do ponto de origem e se espalham pelo corpo, podendo chegar ao cérebro. “A maioria dos tumores cerebrais acontece devido à metástase. Os outros casos são originados totalmente no cérebro ou nas meninges e costumam não se espalhar pelo resto do corpo do paciente”, explica o neurocirurgião.
Sintomas apresentados na metástase cerebral
Geralmente, a metástase é diagnosticada durante os exames de acompanhamento do paciente após o fim do tratamento de um câncer primário.
Os exames que detectam a doença, na maioria das vezes, são os radiológicos, como raio-X, tomografia, ressonância magnética e PET-Scan.
Assim como os cânceres primários, a metástase pode ser assintomática. Quando os sintomas se manifestam, dependem do tamanho e da localização dos tumores. No entanto, quando há sintomas, são semelhantes aos sinais dos tumores primários, ou seja: dores no corpo, dores de cabeça de forma persistente, problemas de visão, tontura, convulsões, falta de ar, febre e perda de peso sem motivo aparente.
Por isso, é importante seguir o protocolo de tratamento convencional indicado para o tipo de tumor primário, podendo ser recomendadas quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia.
Importância de investigar os sintomas
O neurocirurgião Afonso H. Dutra de Melo, alerta que é importante investigar no caso de sintomas associados. “É preciso investigar quando pacientes que não têm dores de cabeça crônicas ou enxaqueca diagnosticadas e começam a sentir incômodo contínuo, sem que passe com o uso de medicamentos apropriados”.
Outros indícios de sintomas
Outros indícios de sintomas da doença variam conforme a área do cérebro afetada.
Alguns deles são: mudanças na fala, perda de sensibilidade ou da função motora, assim como a perda de visão, convulsões e sangramentos (que podem ser decorrentes de um AVC (acidente vascular cerebral)), distúrbios de humor e vômitos. Os últimos podem ser ocasionados pela hipertensão intracraniana.
O neurocirurgião poderá avaliar cada situação do paciente e nível da doença. O diagnóstico precoce de cânceres primários pode ser fundamental para evitar que a doença se espalhe para outros órgãos.
Tratamento de câncer cerebral
O tratamento do tumor cerebral maligno, ou seja, do câncer cerebral, deve ser avaliado por neurocirurgião conforme o tipo do tumor. “O câncer no cérebro é uma doença complexa pois se trata de um dos órgãos mais importantes do corpo, sendo responsável pelos nossos movimentos, sensações e pensamentos”, destaca o neurocirurgião.
“Dependendo do tamanho da lesão, pode ser realizada intervenção cirúrgica para ressecção, apresentando bons resultados a longo prazo. Já no caso de outros tumores mais complexos, os tratamentos podem combinar cirurgia minimamente invasiva com radioterapia, por exemplo”, explica.
Sobrevida dos pacientes
Segundo o oncologista Carlos Henrique Teixeira, do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em entrevista para o R7 Notícias , assim como o caso de Glória Maria, os cânceres de pulmão com metástase oferecem significativa sobrevida ao paciente.
A média é de 22 a 30 meses, contra uma sobrevida de 12 meses se comparado a 10 ou 15 anos atrás.
Segundo a oncologista Clarissa Mathias, do grupo Oncoclínicas e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), em entrevista para revista Veja , quando o paciente é diagnosticado com câncer de pulmão, é importante fazer o rastreamento do cérebro.
Isso pode ser feito por meio de tomografia computadorizada, especialmente no caso dos fumantes, o que pode evitar e reduzir a morte em cerca de 21%.
Entenda mais sobre os tratamentos neurocirúrgicos: https://www.tractoneuro.com.br/